sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Resenha: Todos os homens do presidente.

Eles buscaram a notícia onde ninguém mais as via.

Os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein do jornal Washington Post foram muito além da simples apuração da notícia. Aconteceu no caso Watergate, que começou com uma simples invasão, roubo na sede do Partido Democrata. O que parecia uma pequena investigação tornou-se uma enorme apuração da corrupção em torno da Casa Branca. O resultado foi de total mérito dos repórteres.
Bob Woodward é um jovem e esforçado profissional da notícia. Porém, ainda com a redação um pouco confusa. Já Carl Bernstein era mais calejado na profissão. Mas muito desleixado, sem uma disciplina profissional. No começo das investigações, ele estava até sendo ameaçado de demissão.
A parceria da dupla foi vital para o sucesso da série de reportagens. Até porque Bob era muito determinado, ele trabalhava incansavelmente. Já Carl sabia muito bem como montar e contar uma história. Durante todo o processo investigatório mostrado no filme, é possível notar vários ensinamentos e teorias do jornalismo. Como o respeito à lei das três fontes. Os repórteres não publicavam nada sem confirmação. Está presente também a tão discutida ética jornalística. Pois sempre ao falarem com as incontáveis fontes, eles sempre se identificaram como jornalistas do Washington Post.
Outro elemento presente também na película é a discussão sobre a Agenda Setting que já figurava nas máquinas de escrever. Desde aquela época (anos 70) já se fazia presente o agendamento do que a sociedade deveria pensar. Tanto é que o editor chefe do jornal vivia cobrando uma história mais completa aos repórteres. E as reuniões de pautas, mostradas com muita descontração, mas sem perder o foco no que era realmente notícia. Porque jornalismo exige objetividade em detrimento ao publicismo.
A questão sobre as fontes, oficias e oficiosas também aparece no filme. Claro, o famoso “garganta profunda” a fonte misteriosa de Bob Woodward, que só aceitava falar na escuridão de uma garagem. O garganta serviu como uma bússola para nortear o rumo da história.  Num momento, o editor executivo do jornal cogitou dar o caso Watergate para repórteres mais tarimbados. Mas diante da persistência dos “meninos” a reportagem foi crescendo. Eles mostraram também a coragem para fazer o jornalismo. Até porque estavam sendo grampeados e ameaçados de morte.
Porém, o espírito pela busca incessante da verdade conduziu a reportagem até o final, quando outros veículos de imprensa também começaram a investigar Watergate. Assim ficou provado o caso de corrupção que envolvia a casa branca, o FBI e a CIA. Diante de tanta pressão, o presidente Richard Nixon teve de renunciar em agosto de 1974. E os repórteres?  Estes seguiram suas vidas com a consciência do dever cumprido, a prática do verdadeiro jornalismo. Uma arma a serviço da liberdade e da democracia.


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